sábado, 20 de novembro de 2010

Revolução Inglesa


No século XVII, a Inglaterra viveu um período de transformações sociais e políticas conhecido por Revolução Inglesa. Teve início em 1640 e fim em 1688/89 com o golpe de Estado. Naquela época, os elementos da nobreza e os pequenos proprietários de terras começaram a exportar seus produtos a outros países da Europa e conforme a exportação aumentava, os proprietários de terras iam expulsando famílias camponesas das terras. Essa prática recebeu o nome de cercamento. Os camponeses foram obrigados a irem para as cidades buscando empregos com baixos salários nas manufaturas e nas pequenas fábricas que iam surgindo. Dessa forma, os industriais e os comerciantes enriqueceram rapidamente.

As burguesias atuantes formada pelos industriais e pelos comerciantes enriquecidos passaram juntamente com a nobreza a considerar o controle dos reis absolutistas sobre a economia um obstáculo à expansão dos seus negócios e passaram a reagir contra o absolutismo real. Com a morte da rainha Elizabeth I, o rei da Escócia, seu primo titulado como Jaime I assumiu o lugar de Ellizabeth I exigindo o reconhecimento como rei.
Jaime I tentou impor o anglicanismo para ampliar o poder em suas mãos perseguindo os católicos e os calvinistas. Através do seu comportamento, Jaime I conseguiu irar boa parte do Parlamento e quando decidiu criar novos impostos e aumentar os que já existiam, tal relacionamento piorou. O Parlamento reagiu contra o aumento e os novos impostos e o rei dissolveu a Câmara dos Lordes e a dos Comuns.

O sucessor de Jaime I foi seu filho Carlos I que se mostrou mais autoritário, intolerante e impopular que seu pai. Após assumir o poder, entrou em guerra com a França e reabriu o Parlamento, pois necessitava de dinheiro. O Parlamento por sua vez fez com que o rei assinasse a Petição de Direitos em 1628 que proibia o rei de convocar o exército, de propor novos impostos sem a aprovação do Parlamento. Carlos I assinou a petição e um ano depois voltou atrás dissolvendo novamente o Parlamento. Novamente tentaram impor o anglicanismo aos ingleses, escoceses e irlandeses, mas os puritanos e presbiterianos reagiram e foram perseguidos, presos e castigados pelo governo.

O início da revolução se deu quando os parlamentares puritanos e presbiterianos se revoltaram contra o absolutismo. Exigiram a prisão de dois ministros do rei e aprovaram uma lei proibindo o monarca de dissolver o Parlamento.Em 1641, os irlandeses promoveram uma rebelião a fim de se libertarem da Inglaterra. O Parlamento organizou o exército para sufocar a rebelião irlandesa mas negou-se a confiar o comando do exército ao rei. Com isso Carlos I invadiu o Parlamento com seus guardas pessoais e prenderam os cinco principais líderes da oposição.

A guerra civil

Na guerra civil, as forças se dividiam em dois partidos político-militares: os cavaleiros que permaneceram ao lado do rei Carlos I apoiados pelo clero, pela aristocracia do norte e do oeste do país e pelos grupos favorecidos pelos monopólios reais e os cabeças redondas que apoiaram o Parlamento sendo eles principalmente a burguesia mercantil e os empresários rural sendo a maioria puritana ou presbiteriana.
Os cabeças redondas sofreram reveses, mas após a liderança de Oliver Cromwell venceram as tropas da monarquia, prendendo o rei Carlos I que foi julgado e condenado à morte. Foi decapitado em 1649, ano em que Cromwell proclamou a república e assumiu a nação.

Os primeiros anos de república foram conturbados, onde tiveram que enfrentar e sufocar rebeliões lideradas pelos niveladores que queriam implantar uma democracia que atendesse aos mais pobres. Externamente, Cromwell invadiu a Irlanda e reprimiu uma rebelião contra seu governo e depois venceu o exército escocês que invadira a Inglaterra. Cromwell então, unificou a Inglaterra, a Escócia e a Irlanda numa só república e formou a Comunidade Britânica.

Em 1651, decretou o Ato de Navegação que determina a comercialização de mercadorias somente por navios ingleses ou dos países onde foram produzidas. O Ato de Navegação impulsionou o capitalismo inglês e favoreceu a indústria naval e a burguesia mercantil. Em 1651 a 1654, a Inglaterra entrou em conflito com a Holanda por esta ter sido prejudicada com o Ato de Navegação.Comwell ampliou seus poderes durante a guerra encomendando uma nova Constituição que propunha um único Parlamento e estabelecia o voto censitário. A Holanda foi derrotada e então a Inglaterra tornou-se a maior potência naval do mundo. Em 1658, Cromwell morreu e passou o poder ao seu filho Ricardo.





Exercicios

(UNESP/SP) Gerald Winstanley, líder dos escavadores da Revolução Puritana na Inglaterra (1640-1660), definiu a sua época como aquela em que "o velho mundo está rodopiando como pergaminho no fogo". Embora os escavadores tenham sido vencidos, a Revolução Inglesa do século XVII trouxe mudanças significativas, dentre as quais destacam-se a:
 
A - instituição do sufrágio universal e a ampliação dos direitos das Assembléias
populares;
B - separação entre Estado e religião e a anexação das propriedades da Igreja Anglicana;  
C - liberação das colônias da Inglaterra e a proibição da exploração da mão-de-obra escrava;
D - abolição dos domínios feudais e a afirmação da soberania do Parlamento;
E - ampliação das relações internacionais e a concessão de liberdade à Irlanda. 
 
(PUC/CAMP)  As revoluções inglesas do século XVII abriram as condições
para a instauração do capitalismo à medida que estabeleceram, na Inglaterra, a: 
 
A - total abertura para o comércio internacional permitiram o enriquecimento das
camadas médias urbanas e aumentaram a concentração das riquezas.
B - restauração da monarquia constitucional permitiram a liberdade para os servos e,
incentivando a economia de subsistência, reduziram os índices absolutos de pobreza.
C - democratização do governo absolutista permitiram a eliminação do déficit público e,
tabelando os preços, ampliaram o consumo para as populações de baixa renda.
D - isenção de impostos diretos para a produção industrial permitiram à nobreza o acesso a altos cargos públicos e, ampliando o parlamento, democratizaram as decisões políticas.
E - plena propriedade privada sobre a terra incentivaram a marinha a controlar os mercados mundiais e, intensificando os cercamentos, proletarizaram grande massa de trabalhadores.
 
(PUC/CAMP) Os conflitos político-sociais do século XVII foram o meio pelo qual a Inglaterra:

A - transformou o Absolutismo de direito em Absolutismo de fato.
B - promoveu a substituição do Estado liberal-capitalista pelo Estado Absolutista.
C - organizou o Exército do Parlamento, conferindo postos de comando segundo o
critério de origem familiar e não pelo merecimento militar.
D - consolidou os interesses da nobreza agrária tradicional rompendo com os ideais da
burguesia.
E - diluiu os obstáculos para o avanço capitalista, marcando o início da desagregação do
Absolutismo Monárquico.
 

segunda-feira, 1 de novembro de 2010

No primeiro discurso após derrota nas urnas, Serra diz que a luta só começou

Reunido com a cúpula do PSDB em São Paulo, às 22h40, José Serra parabenizou Dilma pela vitória e deu a entender que quer voltar a ser candidato nas próximas eleições. No fim do pronunciamento, ele se despediu com um até logo e não com um adeus, como frisou o candidato derrotado em seu primeiro discurso após a confirmação da vitória da petista.             
Discurso do Tucano após derrota
                

José Serra, que perdeu a eleição com uma diferença de 12 mihões de votos, disse ter recebido o resultado das urnas com respeito e cumprimentou Dilma Rousseff pela vitória. "No dia de hoje, os eleitores falaram e nós recebemos com respeito e humildade a voz do povo nas urnas. Quero também cumprimentar a candidata eleita, Dilma, e desejar que ela faça bem para o nosso país".
"Disputei com muito orgulho e sou grato aos 46,600 milhões de brasileiros que votaram em mim", disse emocionado ao agradecer todos os apoiadores. "Eu recebi toda enegia para esta campanha que durou sete meses, desde que sai do governo de São Paulo, e chego hoje na etapa final com mesma enegia que tive ao longo dos dias. O problema agora é como vou fazer para gastar essa energia nos próximos dias", brincou.

Destacou que os partidos que o apoiaram elegeram dez governadores, dos quais apenas um estava ao seu lado naquele momento, o governador eleito de São Paulo, Geraldo Alckmin.

Introduziu em seu discurso as palavras confiança e esperança, que deram a entender sua vontade de tentar, talvez, uma terceira disputa à Presidência. Já no fim, Serra demonstrou mais uma vez que deseja tentar nova eleição quando disse diretamente aos que o consideraram derrotados: "Nós apenas estamos começando uma luta de verdade". "Vamos dar a nossa contribuição como partidos, como indivíduos, parlamentares, como governadores. Essa será a nossa luta nos proximos anos. Por isso minha mensagem não é de adeus, será um até logo. A luta continua e viva o brasil", concluiu Serra.
Logo após encerrar o discurso, o tucano voltou a falar e recitou um trecho do hino brasileiro.

    "Mas, se ergues da justiça a clava forte,
    Verás que um filho teu não foge à luta,
    Nem teme, quem te adora, a própria morte.

    Terra adorada,
    Entre outras mil,
    És tu, Brasil,
    Ó Pátria amada!
    Dos filhos deste solo és mãe gentil,
    Pátria amada,
    Brasil!"
Discurso de Serra, após derrota

A façanha de Dilma Roussef, a primeira mulher eleita presidente no Brasil

Ex-ministra passa a ocupar espaço numa galeria de mulheres únicas na política mundial          

    

1º Discurso da presidente eleita
A mineira Dilma Vana Rousseff, 62 anos, é desde a noite de domingo a primeira mulher brasileira a conseguir uma façanha com alcance mundial. A primeira presidente eleita do país, com 56% dos votos, assegura, já a partir da consagração pelos brasileiros, lugar numa galeria de mulheres únicas da política internacional.

Pode se perfilar ao lado das primeiras-ministras Indira Gandhi, da Índia, Golda Meir, de Israel, Margareth Tatcher, da Inglaterra e Angela Merckel (eleita em 2005 e ainda no poder). Além das presidentes da Argentina, Cristina Kirchner, e do Chile, Michelle Bachelet. Todas foram pioneiras, superaram barreiras monumentais até chegar ao poder sempre dominado pelos homens. Dilma, a pioneira brasileira, também enfrentou dramas pessoais e políticos que testam resistências e acabam por contrariar o que parece improvável.

Enfrentou o tucano José Serra em dois turnos exaustivos. Venceu desconfianças e ataques nem sempre leais numa das mais tensas campanhas eleitorais. Mas construiu sua história muitas décadas antes de cogitar uma candidatura ao Planalto.

Seu triunfo é uma vitória pessoal do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, que escolheu uma técnica novata em eleições para sucedê-lo, à revelia de seu partido, o PT. Dilma teve 10 milhões de votos a mais que Serra no Nordeste. Também venceu no Sudeste, graças a votações maciças no Rio e em Minas - Estado de Aécio Neves, que emerge das urnas como principal líder da oposição ao governo.

Se, por um lado, Lula conseguiu transferir parte de sua aprovação recorde de 83% para sua candidata, por outro a oposição obteve lastro para se contrapor ao poder central: PSDB e DEM governarão pelo menos 52,5% dos eleitores brasileiros.

Dilma será a 40ª pessoa a ocupar a Presidência. Sua vitória tem outras características inéditas: será a primeira vez em 84 anos em que haverá um ciclo de três presidentes do mesmo grupo eleitos diretamente.

Eleita por uma coalizão de 10 partidos, Dilma terá o desafio de exercitar o diálogo, em contraposição ao cargo técnico que sempre teve.

Ao chegar ao poder sem nunca ter disputado eleições, terá de esclarecer aspectos nebulosos de sua vida, como sua participação na resistência à ditadura militar (1964 - 1985). Também não está claro qual programa de governo vai implementar. Em seu primeiro discurso como presidente eleita, Dilma disse que seu principal compromisso é erradicar a miséria.

— Ressalto, entretanto, que essa ambiciosa meta não será realizada apenas pela vontade do governo. Essa meta é um chamado à nação. É preciso o apoio de todoss para superar esse abismo que nos separa de ser uma nação desenvolvida — disse no domingo a ex-ministra em hotel na capital federal, onde se concentravam petistas e aliados, como o vice Michel Temer (PMDB).

O primeiro discurso


Confira alguns trechos do primeiro discurso de Dilma Rousseff, no auditório do hotel Naoum Plaza, em Brasília.

Compromissos


Zelarei pela mais ampla e irrestrita liberdade de imprensa, pela mais ampla liberdade religiosa e de culto, pela observação criteriosa e permanente dos direitos humanos tão claramente consagrados em nossa Constituição.

Miséria


Não podemos descansar enquanto houver brasileiros com fome, enquanto houver famílias morando nas ruas, enquanto crianças pobres estiverem abandonadas à própria sorte.

Economia


O povo brasileiro não aceita que governos gastem acima do que seja sustentável. Por isso, faremos todos os esforços pela melhoria da qualidade do gasto público, pela simplificação e atenuação da tributação e pela qualificação dos serviços públicos.

Oposição

Dirijo-me também aos partidos de oposição e aos setores da sociedade que não estiveram conosco nesta caminhada. Estendo minha mão a eles. Corrupção

Não haverá compromisso com o erro, o desvio e o malfeito. Serei rígida na defesa do interesse público em todos os níveis. Os órgãos de controle e de fiscalização trabalharão com meu respaldo, sem jamais perseguir adversários ou proteger amigos.

Lula


Agradeço muito especialmente ao presidente Lula. Ter a honra de seu apoio, ter o privilégio de sua convivência, aprendido com sua imensa sabedoria, são coisas que se guarda para a vida toda.
Fonte: DIÁRIO CATARINENSE 
 

quarta-feira, 27 de outubro de 2010

1ª Etapa da Culminancia do Projeto " Por um mundo melhor, faça o outro feliz" 2010 da Escola Arvoredo

Mostra Literária com artistas da Terra- 5° Ano 

“Eu falo mal é do lixo cultural que querem nos apresentar como modelo, como parâmetro. Querem a uniformização da cultura e querem que eu ache que uniformização da cultura é universalização da cultura. Não é.”
- Ariano Suassuana -


 Vivemos em uma sociedade onde os valores culturais,são cada vez mais "massificados". Nos livros didáticos, na TV, nos meios de comunicação de modo geral, percebe-se a valorização da cultura dos grandes centros urbanos, dos artistas famosos, os artistas regionais e locais, são invisiveis aos olhos da população, tornam-se anônimos. E não muito raro, essa desvalorização  são reafirmadas nas escolas. 
Neste sentido, é importante enquanto educadores nos remetermos aos seguintes questionamentos:
Como valorizar a cultura local no currículo escolar, se muitas vezes a própria escola não tem conhecimento da realidade cultural a qual ela esteja inserida? Será que a escola muitas vezes se fecha internamente e não consegue assim, estar atenta ao que se passa na sua comunidade? Quanto aos profissionais da educação, como valorizar a identidade cultural, se muitas vezes não se valoriza a própria cultura local do profissional? Como incentivar a valorização da cultura local aos alunos, se nós subjetivamente não a temos valorizada, enquanto trabalhadores da educação?

Artista Homeageado:
Amilton Mascarenhas (professor, escritor, poeta, trovador, e pesquisador)

Entrega da Placa de Homenagem ao Artista

Eu, Cleide, Claudio e nossos anjinhos

Pró Cleide e Lorena fazendo a entrega da Placa de Homenagem

Artistas mirins no palco... arrasaram!!!

Artistas mirins no palco... Parabéns! arrasaram...

Teatro:  Dramatização de Poesia  do poeta homenagedo.

Teatro:  Dramatização de Poesia  do poeta homenagedo.

Teatro:  Dramatização de Poesia  do poeta homenagedo.
As Hips do 9º Ano em homenagem a Cravina Cravo
As Hips do 9º Ano em homenagem a Cravina Cravo
As Hips do 9º Ano em homenagem a Cravina Cravo

Teatro:  Dramatização de Poesia  do poeta homenagedo.



 Parabéns a todos os professores, alunos e equipe pedagogica pelo excelente trabalho, a noite Literária foi um sucesso...
Agradeçemos ao grande diretor de teatro, e também ator Claudio pelo apoio e contribuição para a realização do brilhante trabalho das turmas do 4º e 5º Ano,que fizeram de nossos alunos verdadeiros artistas, brilharam no palco.

quinta-feira, 14 de outubro de 2010

PARABÉNS A TODOS NÓS QUE DESENVOLVEMOS A DIFICIL TAREFA DE EDUCAR... FELIZ DIA DO PROFESSOR

Ser professor é professar a fé e a certeza de
que tudo terá valido a pena se o aluno sentir-se feliz
pelo que aprendeu com você e pelo que ele lhe ensinou...

Ser professor é consumir horas e horas pensando
em cada detalhe daquela aula que, mesmo ocorrendo
todos os dias, a cada dia é única e original...

Ser professor é entrar cansado numa sala de aula e,
diante da reação da turma, transformar o cansaço
numa aventura maravilhosa de ensinar e aprender...

Ser professor é importar-se com o outro numa
dimensão de quem cultiva uma planta muito rara que
necessita de atenção, amor e cuidado.

Ser professor é ter a capacidade de "sair de cena,
sem sair do espetáculo".

Ser professor é apontar caminhos, mas deixar que
o aluno caminhe com seus próprios pés...

Autor: (Desconhecido)

Para ter acesso a outras linda homenagens aos mestres, visite os sites indicados nos links abaixo:

http://www.belasmensagens.com.br/professores/ao-mestre-com-carinho-457.htmlMensagem para o dia do professor
http://www.mensagensdobem.com.br/details.php?image_id=97Homenagem ao Mestre

terça-feira, 12 de outubro de 2010

Sequencia Didática - Populismo na América Latina

Objetivos

• Identificar, em relatos, argumentos e marcadores textuais que sustentem pontos de vista distintos sobre o regime na ilha.
• Debater avanços e retrocessos do regime cubano partindo de diferentes perspectivas ideológicas.

Conteúdos
• Revolução Cubana.
• Diferenças entre capitalismo e socialismo.
Ano 9º.
Tempo estimado Três aulas.
Material necessário
Reportagens da revista Veja.

Desenvolvimento
Preparação
Para esta atividade, é importante que os alunos já conheçam as definições de capitalismo e socialismo e tenham informações básicas sobre a Revolução Cubana, sabendo relacionar suas causas e consequências e entendendo por que ela é motivo de tanta polêmica.
1ª etapa
Distribuir cópias da reportagem da revista Aventuras na História e proponha uma leitura silenciosa dela – indique à turma que preste especial atenção na entrevista com Frei Betto, que apresenta uma visão bastante positiva sobre Fidel Castro e as conquistas da revolução. Em seguida, lance três questões para serem debatidas em duplas. Quais os principais problemas que Cuba enfrenta atualmente? Quais as causas desses problemas? Na sua opinião, qual a posição do autor da reportagem sobre o regime cubano? Peça que indiquem passagens no texto que sustentem as respostas. Verifique se a garotada menciona marcadores como o uso de adjetivos e a escolha de fontes – nos dois casos, o importante é perceber se predominam citações elogiosas ou negativas.
2ª etapa
Agora, apresente o texto da revista Veja, um relato das precárias condições de vida dos cubanos que faz duras críticas ao governo. De início, pergunte aos alunos o que o título Viagem ao Sombrio Cotidiano de Cuba sugere. Provavelmente, trata-se de texto simpático ou contrário ao regime? Por quê? Compare com o título da reportagem anterior (Cuba Sem Fidel), indagando se ele deixa transparecer claramente alguma opinião. Após essa introdução, repita os mesmos procedimentos da etapa anterior, direcionando a atenção da turma para os marcadores que expressam uma visão diferente da outra reportagem.
3ª etapa
Dividir a classe em dois grupos, orientando cada um deles a defender uma das posições indicadas nas reportagens. Nessa atividade, você deve atuar como mediador, lembrando que o objetivo não é eleger argumentos vencedores. O importante é discutir ideias e interpretações para enriquecer a compreensão. Avaliação
Ao fim do debate, pedi que cada aluno escreva uma síntese do que foi discutido. No momento de correção dos textos, observe se as características do socialismo e do capitalismo estão corretamente atribuídas e se aparece a ideia de que pode haver diferentes perspectivas ideológicas ao narrar uma história. Antes de propor a escrita, você deve explicar aos alunos que esses serão os principais critérios de avaliação.

Fonte Consultada: Revista Nova Escola - Planos de aula

Sugestão de Textos para Debate

O que significa o fim da suspensão de Cuba da Organização dos Estados Americanos (OEA)?
Agora, governo de Raúl Castro tem a opção de voltar a ocupar uma cadeira na organização.

A Organização dos Estados Americanos (OEA) surgiu em 1948 como um organismo dedicado a defender os interesses do continente, por exemplo, desenvolvendo políticas para conter o tráfico de drogas e o fortalecimento da integração entre os países. Fazem parte dele as 35 nações que compõem as três Américas, mas, desde 1962, Cuba foi suspensa. A medida aconteceu três anos após a Revolução Cubana ter colocado o país em um regime comunista. A justificativa da OEA foi a de que a ilha havia se tornado perigosa, pois estava alinhada à China e à União Soviética. "Foi uma suspensão inédita em organizações internacionais. Formalmente, Cuba continuava fazendo parte da OEA, mas o governo comunista foi expulso. Por todos esses anos sempre houve uma cadeira para Cuba, mas estava decidido que ela não poderia ser ocupada enquanto o país tivesse um regime comunista", explica Marcos Alan Ferreira, professor de Relações Internacionais da Escola Superior de Propaganda e Marketing (ESPM). Na prática, a suspensão significava que o país estava excluído de decisões que influenciassem todo o continente e que não poderia participar de instituições subordinadas à OEA, como a Comissão de Direitos Humanos.
No dia 3 de junho de 2009, a OEA finalmente votou por acabar com a suspensão à Cuba, sem pedir nenhuma contrapartida. Os Estados Unidos defendiam que o país só poderia ser reintegrado se houvesse o restabelecimento da democracia em terras cubanas. O fim da suspensão significa que a nação cubana está convidada a escolher um representante diplomático para ocupar uma cadeira na organização. "Simbolicamente, caiu por terra o último resquício da Guerra Fria que ainda existia no continente. Além disso, a OEA era o último órgão americano do qual Cuba não podia participar", diz Ferreira. Porém, o cientista político também explica que a votação a favor não significa que o país irá aceitar o convite para voltar a integrar a OEA. O governo de Raúl Castro pode escolher entre nunca se pronunciar sobre a questão, aceitar ou recusar a cadeira. "Eu acredito que Cuba vai se posicionar, provavelmente dizendo que a OEA defende apenas os interesses americanos", aposta Ferreira.
Porém, ainda é cedo para afirmar se a volta de Cuba para a OEA pode ser o primeiro passo para o fim do embargo americano ao país. Desde 1962, os Estados Unidos impuseram um bloqueio comercial, econômico e financeiro à ilha, limitando até o comércio entre filiais de empresas americanas com os cubanos. Apesar da pressão internacional para que o embargo termine, o fim do bloqueio é uma questão delicada para o governo Obama. "Derrubar o embargo é um passo muito longo e complicado. Porque não basta o presidente sozinho acatar isso, é preciso que o Congresso americano aprove. E há muitos congressistas anti-Castro", analisa Ferreira.

Revista Veja – maio de 2009.

Revolução cubana em 1950

O aniversário da ascensão de Fidel Castro ao poder traz a oportunidade de discutir os rumos do socialismo e do capitalismo e as diferenças entre esquerda e direita

Poucos assuntos são tão polêmicos e complexos de abordar em sala quanto a Revolução Cubana, que acaba de completar 50 anos. Tratado segundo diferentes visões de mundo pela imprensa, o tema pode deixar a garotada repleta de dúvidas, que os livros didáticos não costumam ajudar muito a resolver. Se já existe economia de mercado na ilha, por que Cuba ainda é tratada como um país socialista? Seu governo pode ser considerado de esquerda pelos padrões de hoje? Os avanços nas áreas sociais compensam a falta de liberdade e a pobreza?
Você pode encarar o saudável desafio de responder a todas essas questões apoiado em sólidos conhecimentos. Para isso, é preciso apresentar à turma duas oposições clássicas do terreno político: esquerda x direita e socialismo x capitalismo. O ponto fundamental é que os quatro termos sejam analisados como conceitos históricos, cujo significado é continuamente revisto para dar conta das transformações do mundo ou do aparecimento de novas interpretações.
Um caminho é começar examinando a realidade cubana antes da revolução. Em 1959, o país tinha uma das maiores rendas per capita do Caribe, mas a estatística escondia uma brutal desigualdade. Enquanto alguns poucos se beneficiavam da exportação de açúcar, a maioria da população vivia na penúria, sem acesso a serviços públicos e enfrentando altas taxas de desemprego.
A presença dos Estados Unidos, país que em 1888 ajudou a ilha a se livrar de quatro séculos de colonização espanhola (leia o quadro abaixo), era ostensiva: empresários americanos controlavam a economia, dominando 75% das terras agricultáveis. Sob os olhos complacentes do ditador Fulgencio Batista, a capital, Havana, virou um paraíso de cassinos e bordéis, que atraíram milhares de estrangeiros especialmente entre 1920 e 1933, período em que a venda e o consumo de álcool foram proibidos nos EUA.
Fatos que marcaram uma ilha 1888 Com a ajuda dos Estados Unidos, o país consegue a independência da Espanha. Mas os americanos cobram um preço alto: o direito de intervir nos assuntos internos.
1953 O jovem Fidel Castro e mais 165 homens tentam tomar os quartéis cubanos para depor o ditador Fulgencio Batista. Acaba preso por dois anos. Depois, exila-se no México.
1956 Fidel e outros 81 exilados, incluindo o argentino Ernesto “Che” Guevara, retornam a Cuba e se estabelecem na região de Sierra Maestra, iniciando uma guerrilha.
1959 A guerrilha de Fidel, Raúl Castro e Che Guevara derrota as forças de Batista e toma Havana, fuzilando ex-membros do governo. Acuado, o ditador foge para o exílio.
1960 Cuba passa a fornecer açúcar à União Soviética em troca de petróleo a preços subsidiados. Essa transação é fundamental para o investimento em Educação e saúde.
1961 Exilados cubanos treinados pelos EUA planejam derrubar Fidel, na tentativa de invasão da baía dos Porcos. Com o apoio da URSS, os revolucionários vencem.
1962 Em resposta à instalação de mísseis soviéticos na ilha, americanos impõem um bloqueio a Cuba e instalam mísseis na Turquia, quase gerando uma guerra nuclear.
1991 Com a dissolução da União Soviética, Cuba perde seu principal parceiro comercial e afunda numa crise econômica, com constantes blecautes e falta de alimentos.
2008 Fidel Castro renuncia à presidência. Seu irmão, Raúl Castro, assume o poder e anuncia reformas liberalizantes, abrindo a economia do país.
2009 Barack Obama, novo presidente americano, se diz disposto a conversar com Cuba e sinaliza com o fim do bloqueio econômico se houver democracia. Na luta pela igualdade, reformas políticas polêmicas.