sábado, 20 de novembro de 2010

Revolução Inglesa


No século XVII, a Inglaterra viveu um período de transformações sociais e políticas conhecido por Revolução Inglesa. Teve início em 1640 e fim em 1688/89 com o golpe de Estado. Naquela época, os elementos da nobreza e os pequenos proprietários de terras começaram a exportar seus produtos a outros países da Europa e conforme a exportação aumentava, os proprietários de terras iam expulsando famílias camponesas das terras. Essa prática recebeu o nome de cercamento. Os camponeses foram obrigados a irem para as cidades buscando empregos com baixos salários nas manufaturas e nas pequenas fábricas que iam surgindo. Dessa forma, os industriais e os comerciantes enriqueceram rapidamente.

As burguesias atuantes formada pelos industriais e pelos comerciantes enriquecidos passaram juntamente com a nobreza a considerar o controle dos reis absolutistas sobre a economia um obstáculo à expansão dos seus negócios e passaram a reagir contra o absolutismo real. Com a morte da rainha Elizabeth I, o rei da Escócia, seu primo titulado como Jaime I assumiu o lugar de Ellizabeth I exigindo o reconhecimento como rei.
Jaime I tentou impor o anglicanismo para ampliar o poder em suas mãos perseguindo os católicos e os calvinistas. Através do seu comportamento, Jaime I conseguiu irar boa parte do Parlamento e quando decidiu criar novos impostos e aumentar os que já existiam, tal relacionamento piorou. O Parlamento reagiu contra o aumento e os novos impostos e o rei dissolveu a Câmara dos Lordes e a dos Comuns.

O sucessor de Jaime I foi seu filho Carlos I que se mostrou mais autoritário, intolerante e impopular que seu pai. Após assumir o poder, entrou em guerra com a França e reabriu o Parlamento, pois necessitava de dinheiro. O Parlamento por sua vez fez com que o rei assinasse a Petição de Direitos em 1628 que proibia o rei de convocar o exército, de propor novos impostos sem a aprovação do Parlamento. Carlos I assinou a petição e um ano depois voltou atrás dissolvendo novamente o Parlamento. Novamente tentaram impor o anglicanismo aos ingleses, escoceses e irlandeses, mas os puritanos e presbiterianos reagiram e foram perseguidos, presos e castigados pelo governo.

O início da revolução se deu quando os parlamentares puritanos e presbiterianos se revoltaram contra o absolutismo. Exigiram a prisão de dois ministros do rei e aprovaram uma lei proibindo o monarca de dissolver o Parlamento.Em 1641, os irlandeses promoveram uma rebelião a fim de se libertarem da Inglaterra. O Parlamento organizou o exército para sufocar a rebelião irlandesa mas negou-se a confiar o comando do exército ao rei. Com isso Carlos I invadiu o Parlamento com seus guardas pessoais e prenderam os cinco principais líderes da oposição.

A guerra civil

Na guerra civil, as forças se dividiam em dois partidos político-militares: os cavaleiros que permaneceram ao lado do rei Carlos I apoiados pelo clero, pela aristocracia do norte e do oeste do país e pelos grupos favorecidos pelos monopólios reais e os cabeças redondas que apoiaram o Parlamento sendo eles principalmente a burguesia mercantil e os empresários rural sendo a maioria puritana ou presbiteriana.
Os cabeças redondas sofreram reveses, mas após a liderança de Oliver Cromwell venceram as tropas da monarquia, prendendo o rei Carlos I que foi julgado e condenado à morte. Foi decapitado em 1649, ano em que Cromwell proclamou a república e assumiu a nação.

Os primeiros anos de república foram conturbados, onde tiveram que enfrentar e sufocar rebeliões lideradas pelos niveladores que queriam implantar uma democracia que atendesse aos mais pobres. Externamente, Cromwell invadiu a Irlanda e reprimiu uma rebelião contra seu governo e depois venceu o exército escocês que invadira a Inglaterra. Cromwell então, unificou a Inglaterra, a Escócia e a Irlanda numa só república e formou a Comunidade Britânica.

Em 1651, decretou o Ato de Navegação que determina a comercialização de mercadorias somente por navios ingleses ou dos países onde foram produzidas. O Ato de Navegação impulsionou o capitalismo inglês e favoreceu a indústria naval e a burguesia mercantil. Em 1651 a 1654, a Inglaterra entrou em conflito com a Holanda por esta ter sido prejudicada com o Ato de Navegação.Comwell ampliou seus poderes durante a guerra encomendando uma nova Constituição que propunha um único Parlamento e estabelecia o voto censitário. A Holanda foi derrotada e então a Inglaterra tornou-se a maior potência naval do mundo. Em 1658, Cromwell morreu e passou o poder ao seu filho Ricardo.





Exercicios

(UNESP/SP) Gerald Winstanley, líder dos escavadores da Revolução Puritana na Inglaterra (1640-1660), definiu a sua época como aquela em que "o velho mundo está rodopiando como pergaminho no fogo". Embora os escavadores tenham sido vencidos, a Revolução Inglesa do século XVII trouxe mudanças significativas, dentre as quais destacam-se a:
 
A - instituição do sufrágio universal e a ampliação dos direitos das Assembléias
populares;
B - separação entre Estado e religião e a anexação das propriedades da Igreja Anglicana;  
C - liberação das colônias da Inglaterra e a proibição da exploração da mão-de-obra escrava;
D - abolição dos domínios feudais e a afirmação da soberania do Parlamento;
E - ampliação das relações internacionais e a concessão de liberdade à Irlanda. 
 
(PUC/CAMP)  As revoluções inglesas do século XVII abriram as condições
para a instauração do capitalismo à medida que estabeleceram, na Inglaterra, a: 
 
A - total abertura para o comércio internacional permitiram o enriquecimento das
camadas médias urbanas e aumentaram a concentração das riquezas.
B - restauração da monarquia constitucional permitiram a liberdade para os servos e,
incentivando a economia de subsistência, reduziram os índices absolutos de pobreza.
C - democratização do governo absolutista permitiram a eliminação do déficit público e,
tabelando os preços, ampliaram o consumo para as populações de baixa renda.
D - isenção de impostos diretos para a produção industrial permitiram à nobreza o acesso a altos cargos públicos e, ampliando o parlamento, democratizaram as decisões políticas.
E - plena propriedade privada sobre a terra incentivaram a marinha a controlar os mercados mundiais e, intensificando os cercamentos, proletarizaram grande massa de trabalhadores.
 
(PUC/CAMP) Os conflitos político-sociais do século XVII foram o meio pelo qual a Inglaterra:

A - transformou o Absolutismo de direito em Absolutismo de fato.
B - promoveu a substituição do Estado liberal-capitalista pelo Estado Absolutista.
C - organizou o Exército do Parlamento, conferindo postos de comando segundo o
critério de origem familiar e não pelo merecimento militar.
D - consolidou os interesses da nobreza agrária tradicional rompendo com os ideais da
burguesia.
E - diluiu os obstáculos para o avanço capitalista, marcando o início da desagregação do
Absolutismo Monárquico.
 

segunda-feira, 1 de novembro de 2010

No primeiro discurso após derrota nas urnas, Serra diz que a luta só começou

Reunido com a cúpula do PSDB em São Paulo, às 22h40, José Serra parabenizou Dilma pela vitória e deu a entender que quer voltar a ser candidato nas próximas eleições. No fim do pronunciamento, ele se despediu com um até logo e não com um adeus, como frisou o candidato derrotado em seu primeiro discurso após a confirmação da vitória da petista.             
Discurso do Tucano após derrota
                

José Serra, que perdeu a eleição com uma diferença de 12 mihões de votos, disse ter recebido o resultado das urnas com respeito e cumprimentou Dilma Rousseff pela vitória. "No dia de hoje, os eleitores falaram e nós recebemos com respeito e humildade a voz do povo nas urnas. Quero também cumprimentar a candidata eleita, Dilma, e desejar que ela faça bem para o nosso país".
"Disputei com muito orgulho e sou grato aos 46,600 milhões de brasileiros que votaram em mim", disse emocionado ao agradecer todos os apoiadores. "Eu recebi toda enegia para esta campanha que durou sete meses, desde que sai do governo de São Paulo, e chego hoje na etapa final com mesma enegia que tive ao longo dos dias. O problema agora é como vou fazer para gastar essa energia nos próximos dias", brincou.

Destacou que os partidos que o apoiaram elegeram dez governadores, dos quais apenas um estava ao seu lado naquele momento, o governador eleito de São Paulo, Geraldo Alckmin.

Introduziu em seu discurso as palavras confiança e esperança, que deram a entender sua vontade de tentar, talvez, uma terceira disputa à Presidência. Já no fim, Serra demonstrou mais uma vez que deseja tentar nova eleição quando disse diretamente aos que o consideraram derrotados: "Nós apenas estamos começando uma luta de verdade". "Vamos dar a nossa contribuição como partidos, como indivíduos, parlamentares, como governadores. Essa será a nossa luta nos proximos anos. Por isso minha mensagem não é de adeus, será um até logo. A luta continua e viva o brasil", concluiu Serra.
Logo após encerrar o discurso, o tucano voltou a falar e recitou um trecho do hino brasileiro.

    "Mas, se ergues da justiça a clava forte,
    Verás que um filho teu não foge à luta,
    Nem teme, quem te adora, a própria morte.

    Terra adorada,
    Entre outras mil,
    És tu, Brasil,
    Ó Pátria amada!
    Dos filhos deste solo és mãe gentil,
    Pátria amada,
    Brasil!"
Discurso de Serra, após derrota

A façanha de Dilma Roussef, a primeira mulher eleita presidente no Brasil

Ex-ministra passa a ocupar espaço numa galeria de mulheres únicas na política mundial          

    

1º Discurso da presidente eleita
A mineira Dilma Vana Rousseff, 62 anos, é desde a noite de domingo a primeira mulher brasileira a conseguir uma façanha com alcance mundial. A primeira presidente eleita do país, com 56% dos votos, assegura, já a partir da consagração pelos brasileiros, lugar numa galeria de mulheres únicas da política internacional.

Pode se perfilar ao lado das primeiras-ministras Indira Gandhi, da Índia, Golda Meir, de Israel, Margareth Tatcher, da Inglaterra e Angela Merckel (eleita em 2005 e ainda no poder). Além das presidentes da Argentina, Cristina Kirchner, e do Chile, Michelle Bachelet. Todas foram pioneiras, superaram barreiras monumentais até chegar ao poder sempre dominado pelos homens. Dilma, a pioneira brasileira, também enfrentou dramas pessoais e políticos que testam resistências e acabam por contrariar o que parece improvável.

Enfrentou o tucano José Serra em dois turnos exaustivos. Venceu desconfianças e ataques nem sempre leais numa das mais tensas campanhas eleitorais. Mas construiu sua história muitas décadas antes de cogitar uma candidatura ao Planalto.

Seu triunfo é uma vitória pessoal do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, que escolheu uma técnica novata em eleições para sucedê-lo, à revelia de seu partido, o PT. Dilma teve 10 milhões de votos a mais que Serra no Nordeste. Também venceu no Sudeste, graças a votações maciças no Rio e em Minas - Estado de Aécio Neves, que emerge das urnas como principal líder da oposição ao governo.

Se, por um lado, Lula conseguiu transferir parte de sua aprovação recorde de 83% para sua candidata, por outro a oposição obteve lastro para se contrapor ao poder central: PSDB e DEM governarão pelo menos 52,5% dos eleitores brasileiros.

Dilma será a 40ª pessoa a ocupar a Presidência. Sua vitória tem outras características inéditas: será a primeira vez em 84 anos em que haverá um ciclo de três presidentes do mesmo grupo eleitos diretamente.

Eleita por uma coalizão de 10 partidos, Dilma terá o desafio de exercitar o diálogo, em contraposição ao cargo técnico que sempre teve.

Ao chegar ao poder sem nunca ter disputado eleições, terá de esclarecer aspectos nebulosos de sua vida, como sua participação na resistência à ditadura militar (1964 - 1985). Também não está claro qual programa de governo vai implementar. Em seu primeiro discurso como presidente eleita, Dilma disse que seu principal compromisso é erradicar a miséria.

— Ressalto, entretanto, que essa ambiciosa meta não será realizada apenas pela vontade do governo. Essa meta é um chamado à nação. É preciso o apoio de todoss para superar esse abismo que nos separa de ser uma nação desenvolvida — disse no domingo a ex-ministra em hotel na capital federal, onde se concentravam petistas e aliados, como o vice Michel Temer (PMDB).

O primeiro discurso


Confira alguns trechos do primeiro discurso de Dilma Rousseff, no auditório do hotel Naoum Plaza, em Brasília.

Compromissos


Zelarei pela mais ampla e irrestrita liberdade de imprensa, pela mais ampla liberdade religiosa e de culto, pela observação criteriosa e permanente dos direitos humanos tão claramente consagrados em nossa Constituição.

Miséria


Não podemos descansar enquanto houver brasileiros com fome, enquanto houver famílias morando nas ruas, enquanto crianças pobres estiverem abandonadas à própria sorte.

Economia


O povo brasileiro não aceita que governos gastem acima do que seja sustentável. Por isso, faremos todos os esforços pela melhoria da qualidade do gasto público, pela simplificação e atenuação da tributação e pela qualificação dos serviços públicos.

Oposição

Dirijo-me também aos partidos de oposição e aos setores da sociedade que não estiveram conosco nesta caminhada. Estendo minha mão a eles. Corrupção

Não haverá compromisso com o erro, o desvio e o malfeito. Serei rígida na defesa do interesse público em todos os níveis. Os órgãos de controle e de fiscalização trabalharão com meu respaldo, sem jamais perseguir adversários ou proteger amigos.

Lula


Agradeço muito especialmente ao presidente Lula. Ter a honra de seu apoio, ter o privilégio de sua convivência, aprendido com sua imensa sabedoria, são coisas que se guarda para a vida toda.
Fonte: DIÁRIO CATARINENSE