terça-feira, 12 de outubro de 2010

Sequencia Didática - Populismo na América Latina

Objetivos

• Identificar, em relatos, argumentos e marcadores textuais que sustentem pontos de vista distintos sobre o regime na ilha.
• Debater avanços e retrocessos do regime cubano partindo de diferentes perspectivas ideológicas.

Conteúdos
• Revolução Cubana.
• Diferenças entre capitalismo e socialismo.
Ano 9º.
Tempo estimado Três aulas.
Material necessário
Reportagens da revista Veja.

Desenvolvimento
Preparação
Para esta atividade, é importante que os alunos já conheçam as definições de capitalismo e socialismo e tenham informações básicas sobre a Revolução Cubana, sabendo relacionar suas causas e consequências e entendendo por que ela é motivo de tanta polêmica.
1ª etapa
Distribuir cópias da reportagem da revista Aventuras na História e proponha uma leitura silenciosa dela – indique à turma que preste especial atenção na entrevista com Frei Betto, que apresenta uma visão bastante positiva sobre Fidel Castro e as conquistas da revolução. Em seguida, lance três questões para serem debatidas em duplas. Quais os principais problemas que Cuba enfrenta atualmente? Quais as causas desses problemas? Na sua opinião, qual a posição do autor da reportagem sobre o regime cubano? Peça que indiquem passagens no texto que sustentem as respostas. Verifique se a garotada menciona marcadores como o uso de adjetivos e a escolha de fontes – nos dois casos, o importante é perceber se predominam citações elogiosas ou negativas.
2ª etapa
Agora, apresente o texto da revista Veja, um relato das precárias condições de vida dos cubanos que faz duras críticas ao governo. De início, pergunte aos alunos o que o título Viagem ao Sombrio Cotidiano de Cuba sugere. Provavelmente, trata-se de texto simpático ou contrário ao regime? Por quê? Compare com o título da reportagem anterior (Cuba Sem Fidel), indagando se ele deixa transparecer claramente alguma opinião. Após essa introdução, repita os mesmos procedimentos da etapa anterior, direcionando a atenção da turma para os marcadores que expressam uma visão diferente da outra reportagem.
3ª etapa
Dividir a classe em dois grupos, orientando cada um deles a defender uma das posições indicadas nas reportagens. Nessa atividade, você deve atuar como mediador, lembrando que o objetivo não é eleger argumentos vencedores. O importante é discutir ideias e interpretações para enriquecer a compreensão. Avaliação
Ao fim do debate, pedi que cada aluno escreva uma síntese do que foi discutido. No momento de correção dos textos, observe se as características do socialismo e do capitalismo estão corretamente atribuídas e se aparece a ideia de que pode haver diferentes perspectivas ideológicas ao narrar uma história. Antes de propor a escrita, você deve explicar aos alunos que esses serão os principais critérios de avaliação.

Fonte Consultada: Revista Nova Escola - Planos de aula

Sugestão de Textos para Debate

O que significa o fim da suspensão de Cuba da Organização dos Estados Americanos (OEA)?
Agora, governo de Raúl Castro tem a opção de voltar a ocupar uma cadeira na organização.

A Organização dos Estados Americanos (OEA) surgiu em 1948 como um organismo dedicado a defender os interesses do continente, por exemplo, desenvolvendo políticas para conter o tráfico de drogas e o fortalecimento da integração entre os países. Fazem parte dele as 35 nações que compõem as três Américas, mas, desde 1962, Cuba foi suspensa. A medida aconteceu três anos após a Revolução Cubana ter colocado o país em um regime comunista. A justificativa da OEA foi a de que a ilha havia se tornado perigosa, pois estava alinhada à China e à União Soviética. "Foi uma suspensão inédita em organizações internacionais. Formalmente, Cuba continuava fazendo parte da OEA, mas o governo comunista foi expulso. Por todos esses anos sempre houve uma cadeira para Cuba, mas estava decidido que ela não poderia ser ocupada enquanto o país tivesse um regime comunista", explica Marcos Alan Ferreira, professor de Relações Internacionais da Escola Superior de Propaganda e Marketing (ESPM). Na prática, a suspensão significava que o país estava excluído de decisões que influenciassem todo o continente e que não poderia participar de instituições subordinadas à OEA, como a Comissão de Direitos Humanos.
No dia 3 de junho de 2009, a OEA finalmente votou por acabar com a suspensão à Cuba, sem pedir nenhuma contrapartida. Os Estados Unidos defendiam que o país só poderia ser reintegrado se houvesse o restabelecimento da democracia em terras cubanas. O fim da suspensão significa que a nação cubana está convidada a escolher um representante diplomático para ocupar uma cadeira na organização. "Simbolicamente, caiu por terra o último resquício da Guerra Fria que ainda existia no continente. Além disso, a OEA era o último órgão americano do qual Cuba não podia participar", diz Ferreira. Porém, o cientista político também explica que a votação a favor não significa que o país irá aceitar o convite para voltar a integrar a OEA. O governo de Raúl Castro pode escolher entre nunca se pronunciar sobre a questão, aceitar ou recusar a cadeira. "Eu acredito que Cuba vai se posicionar, provavelmente dizendo que a OEA defende apenas os interesses americanos", aposta Ferreira.
Porém, ainda é cedo para afirmar se a volta de Cuba para a OEA pode ser o primeiro passo para o fim do embargo americano ao país. Desde 1962, os Estados Unidos impuseram um bloqueio comercial, econômico e financeiro à ilha, limitando até o comércio entre filiais de empresas americanas com os cubanos. Apesar da pressão internacional para que o embargo termine, o fim do bloqueio é uma questão delicada para o governo Obama. "Derrubar o embargo é um passo muito longo e complicado. Porque não basta o presidente sozinho acatar isso, é preciso que o Congresso americano aprove. E há muitos congressistas anti-Castro", analisa Ferreira.

Revista Veja – maio de 2009.

Revolução cubana em 1950

O aniversário da ascensão de Fidel Castro ao poder traz a oportunidade de discutir os rumos do socialismo e do capitalismo e as diferenças entre esquerda e direita

Poucos assuntos são tão polêmicos e complexos de abordar em sala quanto a Revolução Cubana, que acaba de completar 50 anos. Tratado segundo diferentes visões de mundo pela imprensa, o tema pode deixar a garotada repleta de dúvidas, que os livros didáticos não costumam ajudar muito a resolver. Se já existe economia de mercado na ilha, por que Cuba ainda é tratada como um país socialista? Seu governo pode ser considerado de esquerda pelos padrões de hoje? Os avanços nas áreas sociais compensam a falta de liberdade e a pobreza?
Você pode encarar o saudável desafio de responder a todas essas questões apoiado em sólidos conhecimentos. Para isso, é preciso apresentar à turma duas oposições clássicas do terreno político: esquerda x direita e socialismo x capitalismo. O ponto fundamental é que os quatro termos sejam analisados como conceitos históricos, cujo significado é continuamente revisto para dar conta das transformações do mundo ou do aparecimento de novas interpretações.
Um caminho é começar examinando a realidade cubana antes da revolução. Em 1959, o país tinha uma das maiores rendas per capita do Caribe, mas a estatística escondia uma brutal desigualdade. Enquanto alguns poucos se beneficiavam da exportação de açúcar, a maioria da população vivia na penúria, sem acesso a serviços públicos e enfrentando altas taxas de desemprego.
A presença dos Estados Unidos, país que em 1888 ajudou a ilha a se livrar de quatro séculos de colonização espanhola (leia o quadro abaixo), era ostensiva: empresários americanos controlavam a economia, dominando 75% das terras agricultáveis. Sob os olhos complacentes do ditador Fulgencio Batista, a capital, Havana, virou um paraíso de cassinos e bordéis, que atraíram milhares de estrangeiros especialmente entre 1920 e 1933, período em que a venda e o consumo de álcool foram proibidos nos EUA.
Fatos que marcaram uma ilha 1888 Com a ajuda dos Estados Unidos, o país consegue a independência da Espanha. Mas os americanos cobram um preço alto: o direito de intervir nos assuntos internos.
1953 O jovem Fidel Castro e mais 165 homens tentam tomar os quartéis cubanos para depor o ditador Fulgencio Batista. Acaba preso por dois anos. Depois, exila-se no México.
1956 Fidel e outros 81 exilados, incluindo o argentino Ernesto “Che” Guevara, retornam a Cuba e se estabelecem na região de Sierra Maestra, iniciando uma guerrilha.
1959 A guerrilha de Fidel, Raúl Castro e Che Guevara derrota as forças de Batista e toma Havana, fuzilando ex-membros do governo. Acuado, o ditador foge para o exílio.
1960 Cuba passa a fornecer açúcar à União Soviética em troca de petróleo a preços subsidiados. Essa transação é fundamental para o investimento em Educação e saúde.
1961 Exilados cubanos treinados pelos EUA planejam derrubar Fidel, na tentativa de invasão da baía dos Porcos. Com o apoio da URSS, os revolucionários vencem.
1962 Em resposta à instalação de mísseis soviéticos na ilha, americanos impõem um bloqueio a Cuba e instalam mísseis na Turquia, quase gerando uma guerra nuclear.
1991 Com a dissolução da União Soviética, Cuba perde seu principal parceiro comercial e afunda numa crise econômica, com constantes blecautes e falta de alimentos.
2008 Fidel Castro renuncia à presidência. Seu irmão, Raúl Castro, assume o poder e anuncia reformas liberalizantes, abrindo a economia do país.
2009 Barack Obama, novo presidente americano, se diz disposto a conversar com Cuba e sinaliza com o fim do bloqueio econômico se houver democracia. Na luta pela igualdade, reformas políticas polêmicas.

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